“Vaza, negão!”:policiais agridem jovem motivados por racismo

Agressão ocorreu durante o 24º Festival Internacional de Teatro Universitário

Elaine Tavares - blog BRASIL DE FATO - 19/07/2011

foto: brasildefato.blogspot.com
Alexandre de Sena é um mineiro de Belo Horizonte que começou sua vida de trabalhador aos 16 anos, na Rede Ferroviária Federal. Mas o corpo magrinho sonhava com outros cenários. Queria ser ator. Então, foi fazer curso de teatro no Palácio das Artes e, ali, naquela casa de cultura e arte, descobriu também a música. A vida seguiu e ele é hoje um dos DJs mais festejados de BH, trabalhando com música de qualidade. Mas o teatro nãosaiu da vida e ele vai unindo tudo isso num processo criativo que não tem fim.


Foi assim. Na branca Blumenau, Santa Catarina, noite de frio. A cidade vivia um evento de Teatro e havia muita gente de fora. Mas ninguém imaginava que aquilo iria acontecer, afinal, há quem acredite que este é um país de “democracia racial”. Não é. Nunca foi. Por isso que dois policiais militares se acharam no direito de agredir violentamente um homem pelo simples fato que era um negro e ousara falar como “gente” com eles.

foto: brasildefato.blogspot.com
E foi por isso que veio parar em Blumenau, no 24º Festival Internacional de Teatro Universitário – FITUB. O dia tinha sido bom, cheio de beleza cênica e artística. Quando a noite veio, ele foi com dois amigos a uma loja de conveniências, onde outros fregueses se divertiam. Mas, ao que parece, em Blumenau, aglomeração de seres humanos – diferentes doscitadinos - é sinônimo de confusão. Vai daí que chegou uma viatura, com dois policiais, aos berros, mandando todo mundo sair dali.

Alexandre esperava os amigos que estavam dentro da loja e tentou argumentar com os homens fardados. Mas, aos gritos de “vaza, negão”, eles começaram a empurrar. Alexandre fincou pé e disse que não era assim que se tratava um homem de bem. Não foi preciso mais nada. Vieram os socos, os tapas, os pontapés. Não satisfeitos, os soldados ainda espancaram a cabeça de Alexandre com o cabo de uma escopeta. O jovem DJ pode até ter perfurado um dos tímpanos.

foto: brasildefato.blogspot.com
Feito isso, os policias se foram como se tivessem esmagado um verme. Para eles, não era gente. Era um negro, logo, podia ser feito saco de pancadas, sem que nada acontecesse. Alexandre é negro, sim, e um homem de bem. Foi na delegacia, prestou queixa, fez exame de corpo de delito, apresentou denúncia na corregedoria. Tudo o que deve ser feito. Seus colegas fizeram uma passeata na cidade, no dia seguinte, junto com outros manifestantes. Expressaram a revolta por viver num país que ainda expressa cotidianamente o racismo.

Ser negro no Brasil ainda é uma dureza, sim. O racismo velado, espiando pelas frestas, o racismo concreto que aparece na rua, na favela, na periferia. O racismo real que toma conta dos servidores públicos, que é o que são os soldados da PM. Esse racismo existe e se faz presente toda hora. Um negro não pode falar, não pode andar na rua à noite, não pode estar bem vestido numa esquina. “Vaza, negão!” Essa é a ordem.

O que passa é que a gente não aceita mais isso. Não haverá silêncio. Por Alexandre e por todos os negros deste país. Que ninguém mais permita coisas como essas. Nem em Blumenau, nem em lugar algum.

foto: brasildefato.blogspot.com
Foi assim. Na branca Blumenau, Santa Catarina, noite de frio. A cidade vivia um evento de Teatro e havia muita gente de fora. Mas ninguém imaginava que aquilo iria acontecer, afinal, há quem acredite que este é um país de “democracia racial”. Não é. Nunca foi. Por isso que dois policiais militares se acharam no direito de agredir violentamente um homem pelo simples fato que era um negro e ousara falar como “gente” com eles.

Alexandre de Sena é um mineiro de Belo Horizonte que começou sua vida de trabalhador aos 16 anos, na Rede Ferroviária Federal. Mas o corpo magrinho sonhava com outros cenários. Queria ser ator. Então, foi fazer curso de teatro no Palácio das Artes e, ali, naquela casa de cultura e arte, descobriu também a música. A vida seguiu e ele é hoje um dos DJs mais festejados de BH, trabalhando com música de qualidade. Mas o teatro nãosaiu da vida e ele vai unindo tudo isso num processo criativo que não tem fim.

E foi por isso que veio parar em Blumenau, no 24º Festival Internacional de Teatro Universitário – FITUB. O dia tinha sido bom, cheio de beleza cênica e artística. Quando a noite veio, ele foi com dois amigos a uma loja de conveniências, onde outros fregueses se divertiam. Mas, ao que parece, em Blumenau, aglomeração de seres humanos – diferentes doscitadinos - é sinônimo de confusão. Vai daí que chegou uma viatura, com dois policiais, aos berros, mandando todo mundo sair dali.

foto: brasildefato.blogspot.com
Alexandre esperava os amigos que estavam dentro da loja e tentou argumentar com os homens fardados. Mas, aos gritos de “vaza, negão”, eles começaram a empurrar. Alexandre fincou pé e disse que não era assim que se tratava um homem de bem. Não foi preciso mais nada. Vieram os socos, os tapas, os pontapés. Não satisfeitos, os soldados ainda espancaram a cabeça de Alexandre com o cabo de uma escopeta. O jovem DJ pode até ter perfurado um dos tímpanos.

Feito isso, os policias se foram como se tivessem esmagado um verme. Para eles, não era gente. Era um negro, logo, podia ser feito saco de pancadas, sem que nada acontecesse. Alexandre é negro, sim, e um homem de bem. Foi na delegacia, prestou queixa, fez exame de corpo de delito, apresentou denúncia na corregedoria. Tudo o que deve ser feito. Seus colegas fizeram uma passeata na cidade, no dia seguinte, junto com outros manifestantes. Expressaram a revolta por viver num país que ainda expressa cotidianamente o racismo.

Ser negro no Brasil ainda é uma dureza, sim. O racismo velado, espiando pelas frestas, o racismo concreto que aparece na rua, na favela, na periferia. O racismo real que toma conta dos servidores públicos, que é o que são os soldados da PM. Esse racismo existe e se faz presente toda hora. Um negro não pode falar, não pode andar na rua à noite, não pode estar bem vestido numa esquina. “Vaza, negão!” Essa é a ordem.

O que passa é que a gente não aceita mais isso. Não haverá silêncio. Por Alexandre e por todos os negros deste país. Que ninguém mais permita coisas como essas. Nem em Blumenau, nem em lugar algum.

CONVITE: Show BLUMENÁLIA (23/07/2011)

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Assembleias iniciam processo da Campanha Salarial dos Têxteis

Magali Moser
Jornalista SINTRAFITE

Trabalhadores têxteis de Gaspar e Indaial se reúnem neste sábado, 23, às 14h, para decidir o rol de reivindicações da categoria na Campanha Salarial a ser entregue ao sindicato patronal. Em Blumenau, a assembleia será dia 30. Este ano, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem (Sintrafite) não aceitará avançar nas negociações se os patrões não cederem na discussão pelo fim do trabalho aos sábados.

Com o slogam "Enquanto você trabalha aos sábados o patrão se diverte", o fim do trabalho aos sábados é prioridade da campanha. O sindicato entende que a redução da jornada de trabalho só será possível com a mobilização da categoria, por isso, convoca os trabalhadores têxteis a participarem da assembleia, neste sábado. Um dos itens a serem incluídos na pauta é também o reajuste do piso salarial. Os valores serão definidos em assembleia. O piso atual é de R$ 682,00 para oito horas. Passados os 90 dias, o valor passa para R$ 750,00.

A indústria têxtil ainda é um dos pilares da economia blumenauense. Para o Sindicato, a valorização dos trabalhadores da categoria é fundamental já que eles são responsáveis pelo desenvolvimento econômico e faturamento gerado pelo setor.


Assembleias da Campanha Salarial
Foto: Imprensa SINTRAFITE

SÁBADO - 23/07 - 14h
LOCAIS:
  • subsede Gaspar
  • Câmara de Vereadores de Indaial
SÁBADO - 30/07 - 14h
LOCAL: sede Blumenau

Fonte: correio eletrônico - Imprensa SINTRAFITE

CONVITE: Porão do Rock (22/07/2011)

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